Porém vira nos olhos dela, que precisava
deixá-la partir, pelo menos naquela hora, naquele momento. E o orgulhoso guerreiro
poupou-lhe a vida. Sabia que seu
destino fora previsto numa visão secreta, e que algum dia se cruzaria com o dela. E em fim! Nada poderia
separar aquele jovem guerreiro índio de sua visão!A mulher com o livro nas mãos!
Entretanto, a agitação do sangue em suas veias só seria acalmada, quando Sarah
fosse totalmente sua.
Prólogo Tecumeseh
a
Pantera do Céu era o grande guerreiro indígena, Quando ainda criança, tivera
uma visão de uma mulher branca segurando um livro nas mãos. Ele procurara por
muito tempo por essa visão, sempre se relembrando da mulher com o livro. Agora
com seus vinte e seis invernos ele se depara com essa mulher. Sarah
que vinha da cidade de Montana para se casar com um homem que possuía um rancho
nas redondezas de Dakota do sul. A
caravana que ela estava inscrita estava agora sendo atacada por guerreiros
indígenas da tribo dos Sioux. Em meios aos ataques dos índios, ela e sua amiga
Jenne que se encontrava em suas trinta e nove semanas de gestação seguem em
disparada em seu carroção. Ao
se virar para olhar para traz percebe que os outros viajantes da caravana estão
numa luta contra os índios, e o tiroteio não para nem por um minuto, entretanto
a chance de escaparem dos selvagens estava sendo agora totalmente impossível.
Neste instante constata que quatros deles estão em seus encalces, sem parar de
chicotear os cavalos, continua em fuga desesperada, ate que um consegue dominá-los
e faz com que se parem de repente. Sarah passa para a parte de traz do carroção
onde sua amiga está sentada. Quietas, elas esperam o desenrolar daquele
pesadelo. Nota que a frente de sua carroça está dois guerreiros armados com
cartucheiras dos homens brancos. Elas escutam quando dois deles puxam o cão das
cartucheiras armando-as, prontos para atirarem nelas. Sarah
olha para traz da carroça e nota mais dois deles que estavam na mesma posição
de ataque. Desesperada, ela se agarra a sua amiga grávida e espera pelo
desenrolar da cena. Muito ela ouvira se falar dos ataques às caravanas e das mulheres
que eram capturadas pelos índios para se tornarem suas esposas. Então com uma
das mãos ela pega sua bíblia e a aperta contra o peito arfante. Tecumseh sente-se
atraído pela visão da mulher com o livro nas mãos, e por um momento que parecia
uma eternidade eles se miram com uma intensidade infinita, numa mágica
atração. De repente saindo daquele momento de pura magia, ele dá sinal aos que
estão à frente do carroção para que saiam do caminho e na sua língua nativa grita
para elas seguirem caminho em frente sua viajem. —Hien! Hien! — disse ele apontando com a
cartucheira. Sem
entender direito aquela linguagem selvagem ela passa para o banco da frente e
toma as rédeas nas mãos e mais uma vez
olha para traz e encara o olhar perturbador do índio que mandaram elas
seguirem, e mirando-lhe por mais uns
segundos, põe a carroça em movimento a fim de chegarem sãs e salvas a pequena
cidade de seus destinos.
O guerreiro continua mirando-a com uma porção de pensamentos devastando
lhe o coração e a alma lakota.
Querida leitora,
Gostaria
que você apreciasse esse segundo Romances que escrevo sobre índios, sou
apaixonada pelos nativos americanos, e por isso decidi que todos os meus
romances serão escritos pensando nesse povo maravilhoso, eles fazem lhe parte de
nosso mundo mágico da literatura romântica indígena. Espero satisfazer o seu
maior sonho, está na sua imaginação o poder de se sentir-se nos braços fortes
desse guerreiro indígena, Tecumeseh a
Pantera do Céu.
Um beijo
bem grande de sua mais nova autora,
Irma
Rosa
Capítulo 1
Sarah continuava sem entender como escapara da morte naquele dia, pois todos os
outros foram banidos, massacrados pelos guerreiros indígenas, só sobreviveram
ela e sua amiga Janne.
Se não fosse pelo encantador guerreiro que trazia na cabeça as três
penas de águia, e o rosto pintado como o de uma pantera, elas teriam sido
abatidas como duas pobres criaturas indefesas.
— Socorro! Podem me
ajudar, tem uma mulher aqui comigo que precisa de um medico urgente! — Sarah
grito ao entrar na pequena cidade com seu carroção.
Nesse momento alguns homens
vieram a seu socorro, pegando Jesse nos braços carregaram-na ate o consultório
do medico que atendia naquela cidade, pacata.
— Fomos atacados por índios selvagens, só nós sobrevivemos,
os retos da caravana estão todos mortos agora. — Sarah disse arfante. — Ela vai
ter o bebê?
— Sim já esta na hora da criança nascer! — respondeu o doutor examinado
a grávida.
Já
se passara mais de meia hora, depois que ela chegara ali, e ela ainda não vira
seu irmão Clarke, ele era o pastor daquele lugar. Tinha se casado com uma linda
jovem da região circunvizinha, e morava uma linda casa ao lado da igreja, tinha
uma filha, e sua esposa estava esperando o segundo filho deles.
— Olá! Você gostaria de vir comigo, vejo que não
tem lugar para ficar. Poderia me acompanhar até minha casa. — disse Mary, uma
jovem que ajudava o doutor a cuidar dos doentes. .
— Oh! Meu nome é Sarah Hunter, e meu irmão é o pastor daqui, agradeço-lhe o
convite, porem, tenho onde ficar.Poderia me ajudar a encontrar-me com meu
irmão? — ela pediu com suavidade.
. — Verdade?Então é
você que se casará com Davidson Wilson, no próximo sábado? — Mary perguntou
surpresa.
— Bem, eu ainda não
o conheço, mas se tudo der certo entre nós, provavelmente teremos um casamento
no próximo sábado! — Sarah disse com um pouco de constrangimento na voz.
Certamente todos daquela cidade já sabiam da novidade.Ela pensou.
— Eu poderei levá-la ate seu irmão.
Se você quiser. — Mary se ofereceu.
— Claro que quero!
Só preciso me despedir de minha amiga e iremos em seguida.
— Janne,minha querida,não se preocupe com nada,tudo
correu muito bem!Sua filha é linda! — Sarah disse tomando a mãos dela entre as
suas.
— Você foi muito corajosa Sarah, obrigada por nos
trazer salvas daquele horrível ataque de índios. Colocarei seu nome em minha filha, como forma de
agradecimento, por ter salvado nossas vidas! — ela disse com lagrimas nos
olhos.
— Para mim será uma honra. Mas se não fosse aquele
índio que nos deixaram partir, não estaríamos aqui agora!
— É verdade! Por que será que nos deixaram escapar
vivas?Sendo que massacraram todo o resto do pessoal? — Janne perguntou confusa.
— Eu não sei querida, mas graças a Deus estamos
vivas!No entanto eu fico triste pelos outros.
— Eu também! Pra onde vai agora?
—Vou procurar meu irmão e você tem aonde ir? —Sim meu pai virá
me pegar hoje à tarde. — Neste caso então, até mais ver, e cuide bem do seu bebê. Tenho que ir
agora querida. — Sarah disse beijando-lhe o rosto.
— Até, e obrigada mais uma vez.
Sarah
saiu junto com sua mais nova amiga Mary em busca de seu querido irmão, porém
ele já vinha em seu encontro com os braços abertos para abraçá-la.
— Minha pequena Sarah Hunter! Como você cresceu! —
Clarke disse abraçando a irmã.
— Clarke você esta muito bem como pastor! Vejo que
deixou sua vida libertina e se consertou. — ela brincou.
— Ora mana assim você vai acabar com minha
reputação aqui como o pastor dessa cidade! — disse com voz brincalhona. — Como vai Mary?
— Muito bem
e o senhor pastor Hunter? — Mary respondeu delicadamente.
— Bem obrigada. — voltando a
olhar para a irmã, ele perguntou— Bem,
mana está pronta para conhecer seu futuro marido?Poderemos deixar sua bagagem
em casa e seguir ate a fazenda dele, pois ele não se cansa de me amolar,
perguntando por você.
— Nossa! Ainda bem não cheguei e você já esta
querendo se livrar de mim! — Ela brincou lhe dando um beliscão nas costelas.
— Ai essa doeu! Não sou eu que quero me livrar de
você não mana. È o Davidson que não me dá sossego hora nenhuma. Ele pensa que
já esta ficando muito velho para se casar, e não quer perder você agora que a
encontrou.
Clarke e
Sarah seguiram juntos ate sua casa ao lado da igreja onde pastoreava. La ela
conheceu a cunhada e a sobrinha, depois partiram na charrete dele rumo à fazenda do seu futuro marido.
Sarah seguia em silêncio deixando o irmão contar a
ela todas as novidades, pois se encontrava perdida em meios aos seus
pensamentos. Ela ficara cativada pela visão magnífica do índio que havia
poupado-lhes a vida. Ele era uma espécie extraordinária, montado naquele
garanhão selvagem, fazia juz daquela
beleza acobreada. Seus olhos captaram todos os detalhes do rosto e corpo do
selvagem. Desde os mocassins de cano longos, a tanga de couro de gamo, as
pernas musculosas, o peito nu de musculatura rija, pintado de riscas vermelhas
e pretas, o rosto era pintado como o de uma pantera. Ela ficara deslumbrada,
com os mínimos detalhes que fazia daquele perfil um homem muito lindo de se
ver. O nariz anduco,parecendo com o bico de uma águia,as maças salientes com os
molares cerrados fortemente, demonstrava
inclemência ,o queixo forte,e os lábios carnudos que agora,ela muito se
lembrava,estavam firmes parecendo um risco apenas .Os longos cabelos negros
como a noite caiam soltos esvoaçantes pelas costas,um arranjo com três penas
erguidas na parte de trás na altura da cabeça dava um toque especial,e o fazia
parecer diferente dos demais companheiros.Os olhos eram muito mais muito
pretos,e estava olhando diretamente para ela,como se quisesse devorá-la a ponto
de trespassar-lhe a alma.Sarah notou o pulsar da veia no pescoço e a ondulação
dos músculos no peito quando ele respirou profundamente,na hora em que decidira
deixá-las partir.
— Porque você está tão calada minha cara irmã?Não
falou nada desde que saímos da cidade. Esta sentindo alguma coisa? — O irmão
pergunta-lhe tirando-a daquele devaneio, e fortes lembranças vividas naquele
dia.
— Me desculpe! Não foi nada, eu apenas estava
apreciando a paisagem, enquanto você falava. —ela se desculpou sentindo-se
culpada por não ter ouvido quase nada que o irmão lhe falava.
— As terras de Davidson não são muito extensas, mas
a sua propriedade fica em um lugar muito bom. Ele mesmo construiu a casa, fica
próximo ao riacho onde os animais dele se abastecem de água.
— Ele deve ser um
ótimo rancheiro. — ela disse sem muito entusiasmo.
Ao se
aproximarem da construção, ela avistou-o no telhado, devia estar consertando-o,
logo que os vira ele começou a descer a escada que fora colocada junto à
varanda do lado da frente da casa. Ela percebeu que o irmão sorria abertamente para o homem que descia do
telhado e caminhava em direção a charrete que ele acabara de estacionar próximo
de uma arvore frondosa.
— Clarke! Que bom que vieram. — ele disse olhando a
jovem sentada ao lado do irmão.
— Eu prometi que eu viria, e traria Sarah comigo.
Davidson esta é minha irmã Sarah Hunter. — ele disse ajudando ela a descer da
charrete. — Olá
srta. Hunter! É um prazer conhecê-la. — disse retirando o chapéu da cabeça e
segurando-o em ambas as mãos. —Sr.
Wilson! Como vai? — ela retribuiu o comprimento sorrindo delicadamente.
— Bem vou deixá-los a sós para se conhecerem
melhor, pois tenho que fazer umas coisas lá na igreja. — despedindo do futuro
cunhado ele disse a irmã: — Ele a levará de volta a minha casa assim que tiver
tudo resolvido entre vocês, e os preparativos do casamento forem acertados,
está bem pra você?
— Oh!Sim claro,
creio que não vamos demorar alem do necessário. Não e mesmo Sr. Willson?
— Claro, assim que
tiver tudo acertado, eu a levarei. —ele afirmou.
Logo que
o irmão partiu, ela ficou um pouco sem
jeito por ter ficado a sós com um completo desconhecido, porem ele devia ser
muito conhecido de Clarke, pois ele parecia confiar muito no amigo, a ponto de
deixá-la sozinha com ele.
— São azuis? — ela exclamou.
— O que disse? — ele perguntou espantado.
— Seus olhos, são azuis! — ela completou sorrindo.
— Oh! Sim claro, entendi agora. — disse ele
sorrido, mostrando um sorriso muito sincero. — Gostaria de entrar, acabei de
fazer uma deliciosa limonada! — ele convidou dando lhe o branco para ela o
acompanhar.
— Adoro limonada, seria muito refrescante, pois
tamanho é o calor que se faz aqui neste lugar.
—Onde você morava era mais frio, eu suponho. — Sim, onde eu morava era muito
frio. — ela reparou no interior da casa,
que era muito acolhedor.
— E então, Srta.
Hunter, ainda quer se casar comigo? — ele lhe perguntara serio.
— Sim, seria uma honra para mim, ser sua esposa, Sr. Wilson. — Depois que nos
casarmos, poderá escolher melhor a decoração,e outros móveis que estiver
faltando,sabe como é homens não sabem nada de decoração.
— Não se preocupe pra mim está tudo bem assim,
como você planejou. — ela disse sorrindo, e observando os moveis da casa. —
Bem então fica tudo arranjado para nos casarmos sábado próximo, está de acordo
Srta. Hunter? — ele lhe perguntou admirando seu rosto jovial. — Para mim está perfeito!Agora precisa me
levar de volta, tem algumas coisas para terminar de fazer para o dia do nosso
casamento. —
Claro, podemos ir agora mesmo, só preciso preparar a charrete.
Já era
noite quando chegaram à casa do irmão de Sarah, depois que todos haviam
jantado, Davidson se despedira e partira para sua casa. Clarke e a esposa deram
idéias de como poderia arranjar tudo para que o casamento saísse dentro da data
prevista.
Sarah
ficara encantada com a pequena família do irmão, admirava como ele e a esposa
dava-se tão bem, e como a sobrinha era uma criança adorável e carinhosa. Só
restava o irmão como parente próximo dela, seus pais haviam morrido quando ela
e o irmão ainda eram adolescentes. Depois que Clarke partira, ela fora morar
com uma tia até aquele momento em que o irmão lhe arranjara o casamento com Davidson.
Sentira-se muito sozinha desde quando o irmão tinha decidido estudar teologia
para ser pastor, esse era o sonho dele, e que muito ele se sentia realizado até
aquele momento, disse ele entusiasmado, em todas as cartas que ele lhe escrevia.
Viram-se poucas vezes desde que ele havia partido.
Agora ela
se sentia muito feliz em estar perto novamente do irmão, junto de quem lhe
restara mais próximo da família. E estava pronta para começar uma nova vida ao
lado do homem que o irmão escolhera para ser seu esposo. E que Deus lhe
ajudasse a ser feliz e fazê-lo feliz também.
Faltava
apenas um dia para o casamento, quando sua nova amiga Mary a convidara para
irem escolher o vestido que ela usaria ,pois fora convidada por Sarah para ser
a dama de honra. Ela não tinha trazido muito dinheiro, e teria que usar uma
coisa bem simples no casamento, porém quando Mary a vira escolhendo o vestido
simples de algodão branco com estampas azuis, e foi logo dizendo. —
Seria um prazer se você aceitasse isso como um presente meu para você, em
gratidão de sua amizade. Quero que seja a noiva mais linda do mês!— Mary disse
mostrando um lindo vestido branco com bordados de rosas lilás.
— Nossa, é maravilhoso Mary! Mas não seria muito
caro? — ela disse admirada com a beleza do vestido.
— Não se preocupe Sarah, eu não teria aonde ir
mesmo, vestindo esse vestido, se precisar de alguns ajustes, a Sra. Constância
dará um jeito para que fique bem em você. Agora teremos que arranjar umas flores para a
grinalda e o buquê. Ah! E um lindo véu. —Mary falou sorridente.
.O vestido ficara perfeito em Sarah, e a cerimônia
fora simples, porém tudo saíra como o planejado, fora realizado às dez horas da
manhã, assim que os noivos receberam os cumprimentos, rumaram-se para a casa de
Davidson, que agora também seria dela.
Já era
noite quando ela terminara de ajeitar as coisas na casa e prepara o jantar
enquanto Davidson cuidava dos animais e dos afazeres lá fora. Ao terminarem de jantar,
sentaram-se no sal de estar da casa para conversarem um pouco.
— Gostaria de ir se deitar agora, Sra. Willson?
— Eu gostaria de pedir um favor, poderíamos dormir
esta noite separados? — ela não estava ainda preparada para dividir uma cama
com o marido
— Claro, se assim desejar. Eu a compreendo, afinal
de contas temos muito tempo pela frente para você ir se adaptando com sua nova
vida de mulher casada. Eu dormirei no quarto de hóspedes.
— Eu lhe agradeço muito pela compreensão.
Sr.Willson, o senhor é muito gentil.
Ele
sorriu amigavelmente para ela e despendo-se com um beijo suave nos lábios dela,
ele fora para o quarto de hóspedes deixando-a no quarto do casal sozinha em
meios aos seus pensamentos.
O dia
estava lindo, com o céu cheio de nuvens brancas salpicadas de azuis, Sarah
levantara bem cedo para preparar o desejum matinal, enquanto Davidson tomava
seu café e se preparava para os afazeres diários. Teria que ir ate a cidade
comprar alguns mantimentos que estavam precisando na fazenda. Dissera à esposa
que não iria demora muito voltar, iria aproveitar que Mary tinha acabado de
chegar para lhe fazer companhia.
— Me diga minha cara
Sarah, como está indo sua vida de casada?Davidson se comportara direitinho? —
ela perguntou com malicia.
— Ele é um perfeito cavalheiro, e por falar nisso
porque você ainda não se casou?
— Eu prefiro aproveitar a vida de outras maneiras,
quero conhecer o mundo ainda minha cara, antes de me casar. E aqui não há
homens disponíveis que queiram se casar. — ela brincou, olhando enquanto Sarah
colocava uma forma de pães no forno para assar.
De
repente a porta da frente fora quebrada com um pontapé, e elas gritaram quando
dois índios adentraram na cozinha e correram até elas agarrando-as com braços fortes,
arrastaram-nas para fora da casa onde mais oito guerreiros armados de rifles e
arco com flechas pontiagudas estavam esperando para partirem com elas. O captor
de Sarah colocou-a sobre o seu cavalo sem sela e sentou atrás dela passando os
braços fortes em volta da cintura fina dela.
Mary
também fora colocada no lombo do cavalo do seu captor e forçou-a a ficar
quieta, pois se debatia sem parar contra o peito musculoso do índio. Quando
todos partiram a galope Sarah gritara pelo marido, que estava longe nada adiantava
ela chamar por ele agora.
— Davidson!
— Davidson! Socorro!
De que
adiantaria grita agora, se ninguém poderia ouvi-la. O seu captor estava à
frente com ela entre os braços e as pernas musculosas, como poderia escapar?Era
o mesmo índio que havia poupado-lhe a vida, o que ele queria agora com ela?
— Sarah!São os
mesmos índios que atacaram a sua caravana? —Mary perguntou aflita.
— Sim são eles, mas não
compreendo porque eles voltaram para mim pegar,se me deixaram partir com vida.
— Não sei amiga, mas o que vamos
fazer agora?
— Não fique com medo, Davidson e meu irmão vão pedir ajuda para nos procurar
ate nos encontra. — ela tentou
tranqüilizar a amiga, mesmo sendo que ela estava apavorada também.
Fora uma
longa viagem, não se lembrava mais quantas horas tinham cavalgado, só pararam
poucas vezes para descansarem e beberem um pouco de água. Sarah e Mary se
encontravam ajoelhadas a beira do rio que
cortava todo território das montanhas rochosas, bebiam com sofreguidão, água
com as mãos. Sarah fora puxada pelo braço e obrigada a se levantar para tornar
a montar o cavalo do seu captor. Ao terminar de amarrar suas mãos novamente, ele
a encarou por alguns instantes, porem ficara furioso quando ela lhe cuspira em
seu rosto. Ele soltou uma exclamação furiosa e deu sinal para todos montarem para
partirem. Já era noite quando
chegaram à aldeia dos índios. E ao chegarem foram aproximando uma multidão na
frente do acampamento para receber a volta dos guerreiros. Velhos, homens
mulheres e crianças, todos curiosos para verem quem eram as duas mulheres estranhas
que eles traziam com eles. Ao descer de sua montaria, o captor de Sarah falou ao
povo.
— Voltamos de nossa excursão, foi como planejei. —
disse apontando para Sarah, que olhava sem entender o porquê das palavras do índio.
De repente
Sarah fora brutalmente puxada do lombo do cavalo por uma índia, e lançada no chão
duro e dando pontapés em suas costelas, soltava gritos de escárnios.
— Sarah!Pare com isso, largue-a sua índia imunda! — gritou Mary que fora retirada do lombo do
cavalo e fora colocada no chão pelo guerreiro que a tinha capturado. — Pare com isso, Essa mulher pertence à Tecumeseh!Ele
decidirá o que fazer com ela. —disse um índio idoso que carregava nas mãos
um tacape decorado com penas coloridas.
— Tecumeseh!Cuide dela.
— O que está fazendo? — perguntou
para a índia que agredira Sarah.
— Você se esqueceu que foram os
brancos que mataram os meus e seus pais? — ela perguntou agressiva.
— Não eu não esqueci. — ele
respondeu e puxara Sarah pelo braço retiraram-se dali.